DAR LIMITES É...
-Ensinar que existem OUTRAS pessoas no mundo.
-Fazer a criança compreender que seus direitos acabam onde começam os direitos dos outros.-Dizer "sim" sempre que possível e "não" sempre que necessário.-Só dizer "não" aos filhos quando houver uma razão concreta.
-Mostrar que muitas coisas podem ser feitas e outras não podem ser feitas.
-Fazer a criança ver o mundo com uma conotação social (con-viver) e não apenas psicológica (o meu desejo e o meu prazer são as única coisas que contam).
-Ensinar a tolerar pequenas frustrações no presente para que, no futuro, os problemas da vida possam ser superados com equilíbrio e maturidade (a criança que hoje aprendeu a esperar sua vez de ser servida à mesa amanhã não considerará um insulto pessoal esperar a vez na fila do cinema ou aguardar três ou quatro dias até que o chefe dê um parecer sobre sua promoção).
-Desenvolver a capacidade de adiar satisfação (se não conseguir emprego hoje, continuará a lutar sem desistir ou, caso não tenha desenvolvido esta habilidade, agirá de forma insensata ou desequilibrada, partindo, por exemplo, para a marginalidade, o alcoolismo ou a depressão).
-Evitar que seu filho cresça achando que todos no mundo têm de satisfazer seus mínimos desejos e, se tal não ocorrer (o que é mais provável), não conseguir lidar bem com a menor contrariedade, tornando-se, aí sim, frustrado, amargo ou, pior, desequilibrado emocionalmente.
-Saber discernir entre o que é uma necessidade dos filhos e o que é apenas desejo.
-Compreender que direito à privacidade não significa falta de cuidado, descaso, falta de acompanhamento e supervisão às atividades e atitudes dos filhos, dentro e fora de casa.
-Ensinar que a cada direito corresponde um dever e, principalmente:Dar exemplo! Quem quer ter filhos que respeitem a lei e os homens tem de viver seu dia-a-dia dentro desses mesmos princípios, ainda que a sociedade tenha poucos indivíduos que agem dessa forma.
DAR LIMITES NÃO É...Bater nos filhos para que eles se comportem.
-Quando se fala em limites, muitas pessoas pensam que significa aprovação para dar palmadinhas, bater ou até espancar.
-Fazer só o que vocês, pai ou mãe, querem ou estão com vontade fazer.
-Ser autoritário, dar ordens sem explicar o porquê, agir de acordo apenas com seu próprio interesse, da forma que lhe aprouver, mesmo que a cada dia sua vontade seja inteiramente oposta à do outro dia, por exemplo.
-Deixar de explicar o porquê das coisas, apenas impondo a "lei do mais forte".-Gritar com as crianças para ser atendido.
-Deixar de atender às necessidades reais (fome, sede, segurança, afeto, interesse) dos filhos, porque você hoje está cansado.
-Invadir a privacidade a que todo ser humano tem direito.-Provocar traumas emocionais, humilhações e desrespeito à criança.
-Toda criança tem capacidade de compreender um "não" sem ficar com problemas, desde que, evidentemente, este "não" tenha razão de ser e não seja acompanhado de agressões físicas ou morais.
-O que provoca traumas e problemas emocionais é, em primeiro lugar, a falta de amor e carinho, seguida de injustiça, violência física. -Bater nos filhos é uma forma comum de violência física, que, em geral, começa com a palmadinha leve no bumbum.
Fonte: CRISTIANE MADANÊLO DE OLIVEIRA. LIVROS E INFÂNCIA
Se as crianças vivem ouvindo críticas, aprendem a ordenar.
Se convivem com hostilidade, aprendem a brigar.
Se as crianças vivem com medo, aprendem a ser medrosas.
Se as crianças convivem com a pena, aprendem a ter pena de si mesmas.
Se vivem sendo ridicularizadas, aprendem a ser tímidas.
Se convivem com a inveja, aprendem a invejar.
Se vivem com vergonha, aprendem a sentir culpa.
Se vivem sendo incentivadas, aprendem a ter confiança em si mesmas.
Se as crianças vivenciam a tolerância, aprendem a ser pacientes.
Se vivenciam os elogios, aprendem a apreciar.
Se vivenciam a aceitação, aprendem a amar.
Se vivenciam a aprovação, aprendem a gostar de si mesmas.
Se vivenciam o reconhecimento, aprendem que é bom ter um objetivo.
Se as crianças vivem partilhando, aprendem o que é generosidade.
Se convivem com a sinceridade, aprendem a veracidade.
Se convivem com a equidade, aprendem o que é justiça.
Se convivem com a bondade e a consideração, aprendem o que é respeito.
Se as crianças vivem com segurança, aprendem a ter confiança em si mesmas e naqueles que a cercam.
Se as crianças convivem com a afabilidade e a amizade, aprendem que o mundo é um bom lugar para se viver. (Drothy Law Nolte)
MORDIDAS
Uma coisa muito comum nas turmas de Maternal – mas que costuma provocar muita preocupação dos pais – são as mordidas. Principalmente no período de adaptação, em que, além da maioria das crianças estar vivendo sua primeira experiência social extra-familiar, os grupos estão em fase de formação, de “primeiras impressões”, ou em situações de entrada de crianças novatas, as mordidas quase sempre fazem parte da rotina diária das crianças. Não é fácil lidar com esta situação, tanto para os pais (é muito dolorido receber o filho com marcas de mordida!) , quanto para nós, educadores (que sempre nos sentimos impotentes, incapazes que somos, na maioria das vezes, de impedir que elas aconteçam). Se nos dedicarmos a pensar esta questão de forma mais ampla, poderemos nos aproximar de uma compreensão deste fenômeno, do ponto de vista do desenvolvimento e da história da criança. Podemos partir de perguntas simples: Por que as crianças pequenas mordem umas às outras e às vezes até a si mesmas? Expressão de agressividade? Violência? Stress? Sentimento de abandono? As crianças pequenas geralmente mordem para conhecer. Para elas, tudo que as cerca é objeto de interesse e alvo de sua curiosidade, inclusive as sensações. O conceito de dor, por exemplo, é algo que vai sendo construído a partir de suas vivências pessoais e principalmente sociais, e não algo dado a priori. Mordendo o outro, a criança experimenta e investiga elementos físicos, como sua textura (as pessoas são duras? São moles? Rasgam? Quebram?), sua consistência, seu gosto, seu cheiro; elementos “sexuais” (no sentido mais amplo da palavra), na medida em que morder proporciona alívio para suas necessidades orais (nelas, a libido está basicamente colocada na boca) e ainda investiga elementos de ordem social, isto é, que efeitos que esta ação provoca no meio (o choro, o medo ou qualquer outra reação do coleguinha, a reprovação do educador, etc). Dessas investigações é que será engendrado o conceito de dor, tanto da dor própria (as crianças pequenas muitas vezes mordem também a si mesmas , numa atitude explícita das ações listadas acima) quanto da dor do outro (sentido moral da dor: a constatação de que não é lícito proporcionar dor ao outro, mesmo que os sentimentos – a raiva - assim o indiquem). É claro que, vencida esta primeira etapa de investigação, algumas crianças podem persistir mordendo, seja para confirmar suas descobertas ou para “testar” o meio ambiente (disputa de poder, questionamentos de autoridade, etc). Ou ainda, pode ser uma tentativa de defesa: ela facilmente descobre que morder é uma atitude drástica.Raramente a mordida é um ato de agressividade, e muito menos de violência. As crianças raramente querem simplesmente agredir, a não ser que estejam vivendo alguma situação de intenso stress emocional em que todos os demais recursos estejam esgotados. Assim, a mordida é uma conduta que pode ser administrada dentro do grupo: tanto em relação às crianças que mordem quanto àquelas que são mordidas com freqüência (o educador pode, por exemplo, oferecer, a estas, recursos variados para impedir as mordidas dos coleguinhas). Uma observação importante a fazer é que, por vezes, encontramos crianças que, por um motivo ou por outro dentro de sua história de vida, não só permitem as mordidas como costumam provocá-las. Estas crianças e suas famílias devem receber orientação especial do educador.Com o passar do tempo de trabalho em grupo, o educador tem a possibilidade de planejar suas ações e estratégias no sentido de fazer com que as crianças possam refletir, a sua maneira e coletivamente, esta questão. Cabe às famílias compreender este momento do grupo, buscando, se necessário, suporte junto aos profissionais incumbidos de coordenar as vivências grupais.
(Artigo da Psicopedagoga Claudia Sousa)
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